Em “Do não lugar ao lugar”, texto que compõe Prédio da Escola do Jockey Club de São Paulo, Fernando Serapião lembra que, nos anos 1950, o debate arquitetônico no Brasil opunha conservadores que defendiam o estilo neocolonial e modernos – inspirados por nomes como Le Corbusier, Gropius e Mies van der Rohe.

Alheio a essas discussões, Henri Sajous projetava o que viria a ser uma pequena joia incrustada numa alça viária da marginal do rio Pinheiros, composta de “espaços monumentais e ornamentos artísticos, de cunho decorativo e atributos modernos” – característicos do art déco, estilo decorativo que se consolidou na Europa e nos Estados Unidos entre os anos 1920 e 1930.

Tombado como patrimônio histórico em 2013, o edifício da Escola do Jockey Club de São Paulo foi erguido em 1952. Mais de trinta anos depois de sua construção, longe dos grandes centros urbanos como São Paulo, Anna Mariani registraria em Pinturas e platibandas (1987) um casario no interior do Nordeste marcado pelo uso de platibandas decoradas com motivos geométricos e cores em tom pastel.

Após décadas de pesquisa, catalogação e discussões acadêmicas, o estilo híbrido dessas moradias foi identificado pela designer e professora Lia Monica Rossi como art déco sertanejo. Um panorama atualizado desses estudos e as transformações por que passaram as casas de Mariani – registradas em fotografias – integram o livro Brasil de dentro, de Elaine Eiger.

O empreendimento de Sajous e o trabalho dos arquitetos populares nordestinos compõem duas faces de um mesmo fenômeno artístico – trazido para o Brasil na esteira das vanguardas europeias, mas que também floresceu de maneira espontânea no Brasil.

Brasil de dentro (2021), de Elaine Eiger, e Prédio da Escola do Jockey Club de São Paulo (2020) são as mais recentes publicações da BEĨ em arquitetura.

Informações e vendas:

Brasil de dentro - https://bei.com.br/livro/brasil-de-dentro/266

Prédio da Escola do Jockey Club de São Paulo - https://bei.com.br/livro/predio-da-escola-do-jockey-club-de-sao-paulo/175